sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

PERNAS PARA QUE TE QUERO

Enfermagem da Alegria- EA


Pernas para que quero
 
Antes de mais nada, queria dizer que esse dia que vou contar para vocês, ficou marcado em minha vida. Sério! De tantas coisas, aventuras, histórias e afins que juntos vivemos, esse dia está guardado com muito carinho em meu coração.
Em um belo dia de domingo, andando pelos corredores do Hospital Infantil Maria Amélia, eu (Biscoito), pituka, bananinha, Lilica e fofolete estavámos animados e doidos para conhecer novas coisas, pessoas, lugares, enfim... Nesse vai e vem, escorrega e tomba, resolvemos entrar em um quarto que tinha um menino (Não mais bonito do que eu. Claro!) e que estava na cama com suas pernas enfaixadas e sentindo fortes dores, seu nome era Cauê. 
Como bons investigadores, começamos a traçar seu perfil e descobrimos o fato que ocorreu com ele. O excesso de beleza pesou nas pernas e teve que enfaixar. De repente chega uma enfermeira que diz: Esse menino deve andar! E nós dissemos: Mas é claro! A mãe dele o pegou nos braços e com nosso auxílio o pôs de pé, porém ele dizia que estava com dor. Mas mesmo assim ele queria ficar em pé na porta nos observando enquanto brincávamos com outras crianças no corredor. Num piscar de olhos apareceu um balão e foi aquela festa. Chuta pra cima! Joga pra mim! E o Cauê só de olho... então joguei o balão para ele que prontamente jogou de volta com as mãos. Continuamos a brincar e quando menos espero algo surpreendente aconteceu. 
O Cauê começou a brincar normalmente, já estava sozinho de pé e até chutou o balão e pernas para que te quero. Nesse momento o tempo parou pra mim, confesso. Fiquei perplexo! Como assim? Agora pouco ele estava com dor! Foi aí que percebi a magia no ar. De repente todos pararam ao vê-lo brincando e começamos a gritar, a bater palmas, a festejar e nessa brincadeira a tal da dor foi jogada no ar junto com o balão, a mãe dele nem acreditava. E nem nós. Ah! Esse momento! Inesquecível. Depois de tanta bagunça e de tantas surpresas... Pernas pra que te quero!

Relato enviado pelo voluntário Biscoito (Állif Ramon)