Enfermagem da Alegria- EA
Olá gente! Venho aqui reproduzir uma mensagem
muito edificante e reflexiva que li hoje, no começo me vi recuada diante da
imensidão de palavras, mas ao mesmo tempo a curiosidade não me deixa passar
batida diante dos textos, mas não é que valeu a pena.
Desejo um dia vivenciar o Natal, em
que não daremos presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e
excluídos. Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as chaminés,
abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus.
Quero viver o Natal, no qual, não
mais nos travestiremos do que não somos: neste verão escaldante, arrancaremos
da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos nozes e
castanhas por frutas tropicais; renas e trenós por carroças repletas de
alimentos não perecíveis; e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de
bermuda e chinelas.
Quanto às cartas das crianças, só as
endereçadas ao Menino Jesus, como a do Lucas, que escreveu convencido de que
Caim e Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; propôs ao
Criador ninguém mais nascer nem morrer, e todos nós vivermos para sempre; e, ao
ver o presépio, prometeu enviar seu agasalho ao filho desnudo de Maria e José.
As crianças, em vez de brinquedos e
bolas, pedirão bênçãos e graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres
todo o supérfluo que entulha armários e gavetas. A sobra de um é a necessidade
de outro, e quem reparte bens partilha Deus.
No meu natal pleno, ao menos um dia,
desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e, recolhidos
à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita
Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à
meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.
Vivenciando o natal em essência,
despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um
texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que
finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a
razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais
quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso.
Arrancaremos a espada das mãos de
Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada,
surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à
escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza.
Nesta época, nos locais de trabalho,
as festas de fim de ano terão o dobro de seus custo convertido em cestas
básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida
de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve.
Como Deus não tem religião, nenhum
fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua
língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino
do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o “Pai
Nosso” se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.
Toda dieta se reverterá em benefício
do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente
embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja
muito inferior ao dedicado a dar abraços.
As mesas de Natal estarão cobertas de
afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e
invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja
acolhedor como a manjedoura de Belém.
Como os reis magos, a todos daremos
um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores.
Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que,
à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família
sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.